Sobe para 16 número de prefeitos presos em operação contra fraude em verba
09/04/2008 - 18h17
Subiu para 16 o número de prefeitos presos nesta quarta-feira suspeitos de envolvimento com o esquema de liberação irregular de recursos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), segundo a Polícia Federal. Com a alteração, são 48 pessoas presas suspeitas de envolvimento com o esquema.Também foram presos um juiz federal, nove advogados, quatro procuradores municipais, quatro funcionários do Judiciário, um gerente da Caixa Econômica Federal e um lobista. A PF informou que o nome dos presos não será divulgado por determinação da Justiça.
Segundo a PF, os prefeitos contratavam, sem licitação, um escritório de advocacia que oferecia indevidas vantagens a juízes e servidores da Justiça para obter decisões favoráveis. O escritório pertenceria supostamente a um lobista, que repartiria seus honorários com os prefeitos envolvidos no esquema.
O esquema consistia na negociação de decisões judiciais para repassar verbas do FPM para municípios em débito com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Segundo a PF, a suposta quadrilha teria causado um prejuízo de R$ 200 milhões aos cofres públicos.
Além de Minas e Bahia, a operação da PF --batizada de Pasárgada-- também foi deflagrada no Distrito Federal. Cerca de 500 policiais foram mobilizados para cumprir 150 mandados --100 de busca e apreensão e 50 de prisão. A PF ainda não fez um balanço da operação.
A investigação, iniciada há oito meses, revelou a envolvimento de magistrados, prefeitos, advogados, procuradores municipais, assessores e lobistas no esquema.
Os investigados responderão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, advocacia administrativa, exploração de prestígio, fraude a licitação, quebra de sigilo de dados e lavagem de dinheiro. As penas previstas para esses crimes, somadas, chegam a 20 anos de prisão. A Receita Federal também irá investigar os suspeitos por sonegação fiscal.
O nome dos prefeitos presos não foi divulgado pela PF por determinação da Justiça. A Folha Online apurou que foram presos os prefeitos das seguintes cidades:
- Almenara (MG), Carlos Luis de Novaes (PDT)
- Cachoeira da Prata (MG), José Eustáquio Ribeiro Pinto (DEM)
- Conselheiro Lafaiete (MG), Júlio César de Almeida Barros (PT)
- Timóteo (MG), Geraldo Nascimento de Oliveira (PT)
- Divinópolis (MG), Demetrius Pereira (PTB)
- Ervália (MG), Edson Said Rezende (DEM)
- Juiz de Fora (MG), Carlos Alberto Bejani (PTB)
- Rubim (MG), Claudemir Carter (PT do B)
- Vespasiano (MG), Ademar José da Silva (PSDB)
- Salto da Divisa (MG), José Eduardo Peixoto (PSDB)
- Minas Nova (MG), José Henrique Gomes Xavier (PR)
- Medina (MG), Walter Tanure Filho (DEM)
- Tapira (MG), Jeremias Venâncio (PTB)
- Sobradinho (BA), Antonio Gilberto Souza (PR)
- Itabela (BA), Paulo Ernesto Peçanha da Silva (PR)
O nome da cidade do 16º prefeito preso não foi divulgado ainda.
Por meio de nota, a Prefeitura de Conselheiro Lafaiete, informou que o prefeito não tem nenhum contato com os advogados e membros do Poder Judiciário. "O prefeito não tem qualquer envolvimento com a suposta acusação feita pela PF".
A assessoria da Prefeitura de Divinópolis confirmou que o prefeito recebeu um representante de um escritório de advocacia em 2005 que ofereceu a ele um repasse maior dos recursos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), mas o departamento jurídico da prefeitura alertou o prefeito da irregularidade da ação, e ele não assinou os contratos.
As demais prefeituras foram procuradas pela reportagem mas ainda não têm uma posição sobre a operação da PF.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial