Diretor da PF sem 'padrinho'
Ao nomear o superintendente de São Paulo, Leandro Daiello Coimbra, para a diretoria geral da Polícia Federal, o futuro ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, optou por não politizar a instituição e evitou atender a pedido de caciques.
As pressõess tornaram o processo de escolha lento e desgastante e geraram um atraso no anúncio. Tudo em busca de evitar arestas na instituição.
Daiello, 44, preferia ser adido na embaixada na Itália. Foto: Danilo Verpa/Folhapress - 8/7/08
Tentaram influir na seleção o atual dirigente da PF, Luiz Fernando Corrêa, que oficializou a aposentadoria, o ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro.
No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Polícia Federal viveu altos e baixos.
O ex-diretor geral Paulo Lacerda, que comandou a instituição de 2003 a 2007, conseguiu pacificar os ânimos depois de um momento turbulento: no governo Fernando Henrique Cardoso, ela teve sete dirigentes.
Um deles (João Batista Campelo) ficou três dias no cargo. A organização voltou a ser alvo de polêmicas com a gestão de Corrêa. Nos últimos oito anos, foram mais de 15 mil prisões. Cerca de 10% dos detidos eram servidores públicos. Ao todo, houve 2.560 operações.
A partir de 2008, a PF retomou o foco no combate ao crime organizado e ao narcotráfico.
Diante desse quadro, Cardozo e Dilma descartaram atender ao pedido de Tarso para nomear o superintendente no Rio Grande do Sul, Ildo Gasparetto, o lobby de Corrêa por Roberto Troncon Filho, atual diretor de combate ao crime organizado, e até a sugestão de Bastos e do atual titular da Justiça, Luiz Paulo Barreto, por Geraldo José Araújo, secretário de Segurança do Pará. Além deles, Cardozo também entrevistou o atual diretor executivo, Luiz Pontel de Souza.
Coimbra preferia ter sido nomeado adido na embaixada na Itália. ´Se me derem essa missão, assumo`, comentou o futuro diretor-geral a um interlocutor. Segundo a fonte, ele teria dito que preferiria até assumir a superintendência do Rio Grande do Sul. Cardozo ignorou sinais contrários e fez o convite. O ministro indicado por Dilma elogiou o trabalho de Corrêa e dos delegados cogitados para o cargo. Minimizou disputas e disse ter encontrado a instituição em ´clima de harmonia`.
Gaúcho de Porto Alegre, Leandro tem 44 anos, é casado e pai de duas filhas. Começou na Polícia Federal em 1995, em seu estado natal. Gremista - como faz questão de ressaltar - assumiu a Superintendência da PF em São Paulo em 2008. (Tiago Pariz, Edson Luiz e Alana Rizzo).
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