sábado, 11 de abril de 2015

Operação Lava Jato investiga fraudes na Caixa e no Ministério da Saúde

Na sexta (10), foram presas seis pessoas que já estão na Polícia Federal
de Curitiba, entre elas os ex-deputados André Vargas e Leon Vargas.

Augusto KleinCuritiba, PR
A Operação Lava Jato passou a investigar agora fraudes na Caixa Econômica Federal e no Ministério da Saúde, praticadas através de contratos com empresa de publicidade. Na sexta-feira (10), foram presas seis pessoas que já estão na Polícia Federal de Curitiba, entre elas dois ex-deputados.
Quatro presos foram levados juntos à sede da Polícia Federal pouco antes das 21h. Lá já estavam o ex-deputado federal André Vargas e o irmão dele, Leon Vargas, que chegaram no meio da tarde. Os dois foram presos em Londrina.
O mandato de André Vargas dele foi cassado em dezembro do ano passado por ligações com o doleiro Alberto Youssef. Ele era deputado pelo PT e atualmente está sem partido.
Segundo as investigações, contratos firmados com empresas teriam sido usados para desviar recursos públicos para André Vargas.
Em Brasília, foi preso Ricardo Hoffman. Segundo a polícia, ele era diretor da agência Borghi/Lowe. O juiz Sérgio Moro afirmou no despacho que a Borghi/Lowe administra as contas de publicidade, da Caixa Econômica e do Ministério da Saúde.
Ainda segundo o juiz, a agência subcontratava algumas empresas e essas empresas repassavam grandes quantias em dinheiro para as firmas controladas por André Vargas e seus irmãos.
“Essas empresas não prestavam serviços. Nós temos afirmações nesse sentido e por isso caracteriza lavagem de dinheiro. Nós acreditamos que é caso também de corrupção”, diz Carlos Fernando Lima, procurador do Ministério Público Federal.
Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que abrirá apuração interna e que vai encaminhar aos órgãos de controle os contratos das empresas citadas.
O Ministério da Saúde também divulgou nota. Diz que suspendeu os pagamentos à agência de publicidade e que vai disponibilizar as informações dos contratos de publicidade para auxiliar nas investigações.
“Agora inevitavelmente vamos avançar por contratos junto a Caixa Econômica e ao Ministério da Saúde, mas outros ramos não estão descartados não”, diz Igor de Paula, delegado da Polícia Federal.
Além do ex-deputado André Vargas, as investigações da 11ª fase da Operação Lava Jato abrangem outros dois grupos ligados a políticos. As investigações voltaram à Justiça Federal do Paraná depois que os envolvidos perderam o foro privilegiado.
O ex-deputado federal, Luis Argolo, do Solidariedade, e a secretária dele, Élia Santos da Hora, foram presos em Salvador.
O ex-deputado Pedro Correa, do PP, já estava preso em Pernambuco por corrupção e lavagem de dinheiro no mensalão do PT, mas cumpria pena em regime semiaberto. O Supremo Tribunal Federal autorizou a transferência dele para Curitiba, o que deve acontecer no sábado (11).
Em Niterói, no Rio de Janeiro, Ivan Vernon, apontado como laranja de Pedro Correa, também foi preso.
“Hoje, em um ano, nós podemos falar aproximadamente, creio sem medo de errar, em R$ 1 bilhão de ressarcimento. Isso ainda é pouco perto de tudo o que foi desviado”, afirma Carlos Fernando Lima, procurador do Ministério Público Federal.
O advogado do ex-deputado André Vargas e do irmão dele, Leon Vargas, disse que vai entrar com pedido de habeas corpus para os dois.
A advogada de Élia Santos da Hora, secretária de Luiz Argôlo, disse que a prisão foi infundada e ilegal, e que vai tomar as medidas judiciais necessárias.
O advogado do ex-deputado Pedro Correa não quis comentar a decisão da Justiça do Paraná.
O Jornal da Globo não conseguiu contato com os advogados de Ivan Vernon, Ricardo Hoffman e do ex-deputado Luiz Argôlo.
A empresa de publicidade Borghi/Lowe declarou que Ricardo Hoffmann não faz parte do quadro de funcionários desde o fim do ano passado.
Depois da prisão de Luiz Argôlo, o Solidariedade afastou o ex-deputado de qualquer função no partido e abriu um processo de expulsão

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