terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Relatório da Polícia Federal para a Operação Acarajé cita Lula

O relatório preparado pela Polícia Federal para a Operação Acarajé cita o ex-presidente Lula. Segundo os investigadores, há possível envolvimento dele em práticas criminosas.
O documento tem 44 páginas e complementa os pedidos de prisão e busca e apreensão desta 23ª fase da Lava Jato.
O delegado diz que "anotações de uma planilha revelam o controle de Marcelo Odebrecht sobre a destinação de recursos à margem da lei para o Partido dos Trabalhadores".
Em outro trecho, o documento se refere a anotações encontradas no celular de Marcelo Odebrecht. 
Nelas, está escrito Predio-IL ao lado de valor de R$ 12,4 milhões. Segundo as investigações "é possível que IL seja a abreviação de Instituto Lula".
O valor final seria a soma de valores quebrados, que, de acordo com o documento, "foram encontrados em duas situações, quando a vantagem indevida era calculada a partir de percentuais, no caso dos contratos da Petrobras, e quando a vantagem se travestia da disponibilização de serviços, bens e outras benesses".
A partir daí, o delegado diz que "a conclusão mais plausível seria que o grupo Odebrecht arcou com custos de construção da sede do instituto e/ou de outras propriedades pertencentes a Luiz Inácio Lula da Silva".
Mais adiante o documento faz uma ponderação. O delegado diz que "o possível envolvimento do ex-presidente em práticas criminosas deve ser tratado com parcimônia, o que, segundo ele, não significa que a polícia deva deixar de exercer as suas funções”.
O delegado aponta ainda que a Odebrecht pagou propina para políticos de outros países. Diz que a análise de e-mails mostra com "robustez probatória" o pagamento de vantagem indevida a um ex-secretário de transportes da Argentina e ao presidente do Peru, Ollanta Humala.
E conclui que "o pagamento a agentes públicos de outros países e ao PT revela práticas criminais até então não descobertas, que certamente envolverão novas investigações sobre novos sistemas ilícitos e agentes corruptores”.
O Instituto Lula declarou que nunca recebeu dinheiro para comprar ou construir qualquer prédio. Disse ainda que a sede funciona desde 2011 num sobrado adquirido em 1991 e que o ex-presidente sempre agiu dentro da lei e a favor do Brasil.
O Partido dos Trabalhadores afirmou que todas as doações ao partido foram realizadas estritamente dentro da lei e declaradas à Justiça Eleitoral.

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