sábado, 27 de junho de 2015
O dono da construtora UTC,
Ricardo Pessoa, disse em sua delação premiada, de acordo com reportagem
da revista "Veja", que negociou o pagamento de R$ 5 milhões ao então
senador Gim Argello (PTB-DF) para enterrar a CPI mista da Petrobras no
ano passado.
Argello foi vice-presidente da CPI e,
segundo o relato da revista, foi o porta-voz da negociação porque
exercia influência sobre o presidente da CPI, então senador Vital do
Rêgo (PMDB-PB), e o relator, deputado Marco Maia (PT-RS). De acordo com a
revista, os recursos foram distribuídos entre eles por meio de doações
oficiais.
Essa CPI terminou com poucos resultados, sem ter convocado empreiteiros nem pedido o indiciamento deles.
Gim Argello não retornou aos contatos da
reportagem na manhã deste sábado (27). Na noite de sexta (26), ele
havia afirmado que as doações recebidas da UTC foram legais. Vital do
Rêgo e Marco Maia também não foram localizados.
Até o momento, nenhum deles havia sido alvo de investigação na Operação Lava Jato.
O ex-diretor Paulo Roberto Costa, também
delator da Lava Jato, já havia dito que cuidou do pagamento de propina
ao falecido senador Sérgio Guerra (PSDB-CE) para enterrar uma CPI sobre a
Petrobras.
Outro senador denunciado por Pessoa em
sua delação foi o ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL).
Segundo a "Veja", Collor usou sua influência na BR Distribuidora,
subsidiária da Petrobras, para pedir propina ao dono da UTC.
Por meio da influência sobre um diretor
indicado por Collor, José Zonis, o ex-presidente ofereceu contratos à
UTC em troca de propina. Pessoa relatou ter pago R$ 20 milhões ao
senador, por intermédio do seu ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos. Eles
já são investigados em inquérito no Supremo Tribunal Federal no caso
Lava Jato. A assessoria de Collor não atendeu aos contatos da
reportagem.
PRESSÃO AO PT
Em sua delação, Pessoa citou doações
provenientes de propina à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014 e
implicou o envolvimento do atual ministro da Comunicação Social, Edinho
Silva, e do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, segundo a
"Veja".
No caso de Mercadante, o relato da
delação de Pessoa diz que ele fez repasses ilegais à campanha do petista
ao governo de São Paulo em 2010. De acordo com a prestação de contas
apresentada pelo PT à Justiça Eleitoral em 2010, a UTC doou R$ 250 mil
para a campanha de Mercadante.
Por meio de sua assessoria, Mercadante
afirmou que todas as contribuições para sua campanha em 2010 foram
feitas de acordo com a legislação eleitoral e estão registradas na
prestação de contas entregue ao TSE.
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