sábado, 18 de julho de 2015

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada é preso na Operação Lava Jato

Prisão fez parte da 15ª etapa, batizada de Conexão Mônaco.
Zelada vai ficar preso por tempo indeterminado em Curitiba.

Marcelo Rocha Curitiba, PR
Relógios e dinheiro vivo em várias moedas. Foi o resultado da busca em quatro endereços, no Rio de Janeiro e em Niterói, ligados ao ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada. 

Ele vai ficar preso por tempo indeterminado na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.
O juiz responsável pelos processos da Lava Jato destacou como "a prova mais contundente do envolvimento de Jorge Zelada em crimes de corrupção à "descoberta de que ele mantinha contas secretas no exterior com saldos milionários".
O dinheiro seria propina, obtida por meio de fraude em contratos de fornecimento de navios sonda na Petrobras. “Ele já transferiu os valores da Suíca para Mônaco e depois nós identificamos também transferências para a China. Quando você interpõe uma conta a mais, muda de país, você está na verdade lavando dinheiro, dificultando o rastreamento desses valores”, disse o procurador Carlos Fernando dos Santos.
Onze milhões de euros já foram bloqueados em Mônaco. Na China, a investigação rastreou uma movimentação de um milhão de dólares.
Jorge Luiz Zelada é o quarto ex-diretor da Petrobras preso desde o início da Operação Lava Jato. Com essa prisão, os procuradores acreditam que conseguiram chegar às principais diretorias da estatal envolvidas no esquema de corrupção: a de abastecimento, de serviços e a internacional. “Esse grupo de quatro diretores que foram presos, Paulo Roberto Costa, Duque, Cerveró e Zelada constituem um núcleo principal das investigações e das falcatruas e do desvio de dinheiro público ocorridos na Petrobras”, declarou o procurador.     
A defesa de Jorge Zelada afirmou que vai tentar libertar o cliente assim que tiver acesso à decisão da justiça. 
A defesa de Nestor Cerveró declarou que a afirmação do procurador sobre a existência de uma quadrilha é descabida, porque não há provas contra o cliente dele.
NOVAS PROVAS

Também nesta quinta (3), o Ministério Público Federal apresentou à justiça documentos apresentados por Rafael Ângulo, delator da Lava Jato. Ele era funcionário do doleiro Alberto Youssef.

De acordo com os documentos, Marcelo Odebrecht, diretor presidente da Odebrecht SA, Alexandrino de Alencar, ex-diretor da Brasken, e os executivos Rogério dos Santos Araújo e Márcio Faria da Silva abriam empresas no exterior para pagar propina a funcionários da Petrobras.
Paulo Roberto Costa teria recebido mais de U$ 1,7 milhão, Renato Duque, quase R$ 1,9 milhão e Pedro Barusco teria recebido R$ 1,1 milhão.
Em nome de Marcelo Odebrecht, de Alexandrino de Alencar, de Rogério de Araújo e de Márcio Faria, a Odebrecht negou as acusações de Rafael Ângulo. Especialmente a de ter feito pagamento ou depósito em suposta conta de executivo ou de ex-executivo da Petrobras.

A Brasken declarou que Alexandrino Alencar foi funcionário da empresa até 2007 e que os documentos não correspondem a transferências financeiras da Brasken.

Rafael Ângulo disse que os documentos estavam com ele porque era funcionário do doleiro Alberto Youssef e que só entregava os papéis, sem poder de decisão.
Paulo Roberto Costa confirmou que recebeu dinheiro da Odebrecht e que era parte dos valores que foram trazidos de volta, da Suíça para o Brasil.
Também citado em delação premiada, o ex-ministro José Dirceu entrou com um pedido de habeas corpus preventivo para não ser preso.
O delator Milton Pascowitch disse aos procuradores ter pago propina por meio de repasses à JD Consultoria, que pertence ao ex-ministro Dirceu.
Roberto Podval, advogado de José Dirceu, afirmou que não há fundamento jurídico para a prisão de seu cliente, já que ele está em prisão domiciliar em Brasília.
O Jornal da Globo não conseguiu entrar em contato com Pedro Barusco e Renato Duque.